quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Chhhhttttt

Hoje acordei com um murmúrio que me entrava no ouvido…confusa sem saber do que se tratava…abro os olhos e fico à escuta.
Percebo que as vozes me eram conhecidas mas não deixava de me provocar algum desconforto mental.

Parecia uma discussão ou apenas um tecer de opinião transbordando de convicção mas olhando a volta continuava só. Atordoada e ainda um pouco a dormir preferi ignorar pois a qualquer momento aquele som vindo do nada haveria de cessar.

Fecho os olhos com a certeza que rapidamente adormeceria…mas aquele som parecia a cada instante aumentar o volume tornando-se em apenas alguns segundos gritos de confronto.
Basta! Começo eu a gritar nem sabendo bem para quem! Mas apercebo-me que as palavras perdidas que eu ouvia me eram familiar…curiosa e enervada decido ficar à escuta e perceber o que ali se passava.

Percebo então o porquê de conhecer aquelas palavras, aquelas frases, aquele discurso…tratava-se da minha consciência discutindo com o meu corpo. Pareciam tentar entrar em acordo mas acima de tudo julgando os meus comportamentos e os meus desejos…o meu corpo reclamava pelo direito de ter somente um dia para viver toda a loucura…mas minha consciência, obcecada em maturidade insistia que tal pedido era absurdo.

“Esquecer o que sou, apenas por um dia, viver unicamente para mim, mergulhar numa incessante loucura deixando de lado o que me amarra e me sufoca…gozar do instante…rindo do tempo.”

E minha consciência mantendo-se firme, de uma cara séria insistia em dizer que não compreendia tal desejo, que cada um percorre o caminho que escolheu com a velocidade que quer mas sem desvios!!

Ai... como compreendo o meu corpo…certamente sei quais eram seus desejos…sorrir ate cansar, saltar ate cair, dançar e dançar…amar e… muito amar… mas que mal isso tem?

Estava eu ali, assistindo a um expelir de ideias vindas do meu mais profundo…sem saber o porquê…quando fechos os olhos ouvindo cada vez mais longe aquelas palavras cheias de sentido. Julgo que adormeci…mas não percebo pois ate agora não mais as ouvi… fiquei sem saber o que será de mim…amanha estarei atenta…espero poder ouvi-los de novo…

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Ai que doi!

Eu, a minha afonia total, aftas e laringite estamos prontas para mais um dia em cheio! Cansada? Talvez um pouco...mas no entanto sorridente...a precisar de férias?..com certeza…venham elas ;)...o que seria de mim se a escrita não existisse…não consigo dizer uma única palavra que seja. Aulinhas hoje só à tarde...mas só para quem merece é claro! Bem antes de mais UM FELIZ NATAL para quem ainda tiver paciência de ler o que por aqui vou escrevendo...e para finalizar: pessoal antes de atirar sapatos pelos ares... pelo amor de Deus treinem essa pontaria ;)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Era uma vez...

Era uma vez…

Era uma vez um país pequenino onde tudo acontecia, ele era greves, ele era Magalhães, ele era subidas de preço, enfim…uma verdadeira aventura…

Pena é termos de enfrentar estas adversidades da vida para conseguirmos unir 150 000 pessoas por uma só causa, auferindo de uma democracia, cada vez mais em vias de extinção.
Prefiro nao explanar aqui minha opinião, pois considero que careço de informação uma vez que nunca vesti a camisola de um professor nem tão pouco sou aluna (apesar de ser formanda;)) por isso não podendo falar com conhecimento de causa prefiro de todo abster-me!

Apenas me desiludo, pois um país como este, de uma beleza impetuosa, só consegue proferir palavras abjectas em prol de uma causa escura, fruto de uma união cansada e e doentia e não consegue unir-se por tantas outras causas proeminentes para a humanidade.
Politiquices e mais politiquices...e tanta mente contaminada compram-nos a alma, decidem sobre o nosso corpo, julgam o nosso pensar e claro...a nós de aceitar!

Onde pára o amor ao outro??? É mais fácil dar facadas ou até umas simples “lambadas”.

“ Salve-se quem puder” eis o slogan do século…Ena! Ena! Ao menos temos um!!!

Somos órfãos de estabilidade, económico-financeira, mas não só, até emocional, e viva o stress, Viva!!! ja ninguem se preocupa visto sofrer de stress crónico já é moda ;)

Nem comer carne de porco descansados podemos!...ah e tal, meus senhores não comam carne de porco pois esta foi “envenenada” dizem eles...mas a meio da digestão!

Já dizia o capitão Salgueiro Maia: “ Há o estado Democrático, Há o estado de Ditadura e há o estado onde isto chegou!
Será hora de levantar o rabo da cadeira, encher os pulmões e gritar basta!

Contagiada, como fico com este aturdo espírito natalício , sinto náuseas com a falsidade dos que cobiçam a vida de outro sem quê nem porquê apenas por mero prazer. É tão bonito oferecer prendinhas ao próximo, decoradas com fitinhas de cinismo ou lacinhos de hipocrisia. Ó Natal ...uma linda peça de teatro sublime, transbordando de luzes afogada em fachadas obtusas.
Um ano sem se falar, doze meses criticando e por fim..."este ano o Natal é em casa de quem?" Talvez se repartissemos o amor que temos para dar nesta quadra , um pouco por cada dia do ano as coisas fossem tao diferentes.
Mas que importância tem?

Somos apenas números, contamos apenas para as estatísticas, essa é a realidade, importante é estes dançarem ao sabor do vento,o que conta são as aparências,(baixar o defice, baixar o analfebetismo, baixar e baixar nem sabemos bem quê.... )importante é o que os outros pensam de nós, mas falamos de Portugal quando no fundo a maioria de nós é assim….é este o país em que vivemos…tão bonito mas sem valores… o Homem é cada vez menos Homem..e Portugal cada vez mais degradado.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Quotidiano


Tenho por hábito escrever conjuntos de palavras de uma forma um tanto ao quanto intimista, relatando o que meu corpo e a minha mente vivem, como se de um grito se tratasse em tom de desabafo, sob forma de uma fusão entre os meus dedos e um teclado, escarrando em caracteres pretos o mais profundo do meu sentir. Preciso disto…preciso fazê-lo… pois aqui encontrei uma forma subtil de rasgar o pano branco soltando devagar as verdades mais verdadeiras, por vezes presentes em actos de loucura, que, se não fizessem parte apenas de palavras fundidas em papel, rapidamente seriam censuradas.
Hoje vivemos mergulhados em pressões e modernices, politicas e projecções mas quem não precisa abster-se de todo este sistema, que faz de um conjunto de horas, o nosso dia?
Temos de trabalhar! Nos dizemos uns aos outros. Cansados ou desiludidos….que importância tem? Terá sido apenas para isso que a humanidade teve o seu nascer? Talvez tenha sido, para aprender a viver com cinismos desmedidos num quotidiano, com humores de cortar à faca por todo o lado por onde possamos passar.
Desenvolta como me considero, prefiro pensar que existo para provar que consigo resistir à vontade que a sociedade tem em me violar o intimo, em me fazer cegar pela revolta ou pela mágoa. Prefiro pensar que não sofro de agonia crónica como talvez fosse o normal, que ainda consigo ver para além da sombra cegante de um sistema que nos puxa pela mão para uma inércia disfarçada. Deveras não tenho o porquê de lamúrias, sou aquilo a que chamam de pessoa “normal”, dissolvo, o que o lado negro das coisas, me atira com raiva, naquilo de bom com que a vida me presenteia, mas sei que, a cada vez que o meu dedo se encontra com uma tecla, uma lágrima salgada corre pelo rosto de alguém, talvez do outro lado do mundo, talvez ate sem razão, porém, também o meus lábios conhecem o sabor dessas lágrimas, que tantas vezes tentei controlar mas que sempre me desobedeceram. Se parar para pensar teria eu verdadeiras razões para tal? Ou não terá passado de um instinto humano…chorar para cuspir do corpo o que se teme ou não se desejou? Terá sido a minha vida assim tão má? Acho que não…mas onde esta escrito quanto mede o sofrimento?

Aproveito para recomendar o documentário intitulado “Sicko”-obra de Michael Moore, que nos oferece um humor corrosivo relatando a carência de sistema nacional de saúde para os norte-americanos, denunciando casos catastróficos, frutos de uma caça ao lucro por parte das seguradoras, transformando um Ser apenas em custos ou proveitos!

E já agora...estou envolvida na realização de um trabalho acerca da importância das tecnologias de informação e comunicação e a escola do futuro, portanto …já agora ..se alguém for familiar de uma criança que tenha recebido o famoso Magalhães e quiser partilhar aqui a experiência… eu agradeço vivamente.